A escassez da oferta de serviço hemodialítico e a premente necessidade cada vez mais incidente na sociedade pelo serviço de nefrologia desencadeia uma discussão delicada e problemática; pois salienta a necessidade de articulação de aspectos eminentemente financeiros, empresariais e de gestão em saúde pública para garantir a acessibilidade ao portador de doença renal crônica e do paciente em injúria renal aguda o tratamento respectivamente crônico e agudo de hemodiálise.
Indiscutivelmente, a militância constante deste grupo minoritário de pacientes que no intuito de garantir direito à terapia está nos holofotes desta discussão que ainda abarca outras temáticas associadas, tais como a logística até o serviços providenciados pelos poderes públicos municipais, garantia de prioridade nos serviços públicos, além de questões de auxílio governamental .
Para tanto, creio que as entidades de classes, profissionais e estudantes, familiares e pacientes precisam que os governos se debrucem sobre essa temática que envolve uma ampla discussão sobre a garantia do direito, politizar a hemodiálise.
Outro espectro desta discussão, está em minimizar o crescimento da doença renal no País e para tanto, essa ação traz a necessidade de uma articulação intersetorial ainda mais vasta que permeia a Atenção Primária, como por exemplo na rastreio precoce da DRC por meio da avalição clinica e laboratorial, não diferentemente com a Média Complexidade na oferta de avaliação especializada.
Não obstante, essa discussão deveria alcançar as escolas médicas, os programas de residência e de pós-graduação, mas creio que se tal temática permeasse a educação desde a faixa etária mais tenra teríamos um consciente popular bem mais consolidado sobre a integridade da função renal.
Discorrer sobre o consciente popular discernente à saúde renal é propor uma analise sobre os determinantes que potencializam a necessidade de tratamento de filtração extracorpórea, haja visto o agravamento clínico dos pacientes e dentre esses encabeça a lista as doenças crônicas não transmissíveis, além dos problemas perinatais e puerperais, não obstante dos grandes queimados, pacientes em uso de quimioterápicos e com comprometimentos cardiovasculares, altas terapias com AINES e aminoglicosídeos, doenças infeciosas dentre outras problemáticas.