A síndrome urêmica indubitavelmente é uma das nefropatías de maior complexidade e relevância da medicina, devido ao alto impacto sistêmico e o prejuízo inerente à homeostase corporal, ocupa assim papel de destaque igualmente da equipe multiprofissional da saúde, demandando de suporte e avaliação nutricional, da assistência da equipe de enfermagem, e do apoio laboratorial, dentre outros. Inquestionavelmente a elevada taxa de uréia sérica corrobora decididamente para múltiplos, delicados e complexos prejuízos ao equilíbrio interno em especial na estrutura e funcionamento cardiovascular, pulmonar e respiratório, mas não obstante acentua também o mal funcionamento em muitos outros sistemas. Tipificada por manifestações clínicas e bioquímicas derivadas da descompensação da taxa de uréia associada a outras escórias devido o déficit da função renal que, em geral, se apresenta quando clearance de creatinina alcança valores abaixo de TFG 10 ml/min. As características do estado urêmico são decorrentes do grau elevado de azotemia que se estabelece, devido à incapacidade do rim conseguir a excreção desse nitrogenado e a dificuldade da manutenção da constância do meio, que vão afetar diversos sistemas, a saber o trato gastrointestinal, endócrino, hematológico e o sistema nervoso central. Nesse estado de acumulação tóxica de uréia o paciente já vem apresentando uma deterioração paulatina e progressiva da função renal culminando na necessidade de hemodiálise.