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Alterações ginecológicas na DRC

Publicada em 01/01/25 às 14:48h - 69 visualizações

por Professor Fábio Pegos @fabiopegos


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 (Foto: Divulgação)
Uma das problemáticas mais recorrentes que acometem mulheres portadoras de doença renal crônica dialítica, é a dispareunia, caracterizada por um desconforto na relação sexual decorrente do déficit na produção de estrogênio que resulta no ressecamento vaginal e concomitante dor à penetração.

Uma parcela considerável de mulheres em terapia renal substitutiva apresenta alguma alteração digna de nota na função sexual, motivo esse da importância de manejo adequado para proporcionar melhor qualidade na relação sexual. 

Reconhecidamente, apresentam queda de libido e dificuldade para a obtenção do orgasmo. Dentre os fatores predisponentes que complicam a função sexual, está a depressão como um dos transtornos de maior incidência, prevalência em renais crônicos. Déficit na autoimagem, hiperparatireoidismo, disfunção nas gônadas e sobretudo a elevação da prolactina sérica. 

O sangramento uterino anormal é outro achado muito comum, em especial em clientes com TFG (taxa de filtração glomerular) abaixo de 10 ml/min. Após o início da TRS, em grande parte das clientes a menstruação retorna, porém com ciclos irregulares tanto na HD (hemodiálise), como na DP (diálise peritoneal). É salutar destacar que o sangramento anormal pode facilitar a ocorrência de anemia grave, mesmo com a utilização de EPO (estimuladores de eritropoiese), além da importância de se pesquisar câncer de endométrio.

Frente às alternativas de manejo para as alterações ginecológicas citadas, destaco que para a dispareunia, a utilização de cremes de estrogênio conjugado, anéis de estrogênio intravaginal ou comprimido de estradiol aplicado intravaginal são as mais adequadas. No que tange à disfunção sexual, considera-se que a utilização de eritropoetina auxilia na disfunção sexual, associada à terapia sexual. Discernente ao sangramento uterino anormal, pacientes com mais de 40 anos devem ser pesquisado correlação com câncer de endométrio. 

Para mulheres com menos de 40 anos, a correlação é menor, todavia o exame preventivo deve ser mantido anualmente. Quanto ao uso de heparina, recomenda-se uso menor na menstruação ou subdose. Referente à anemia, segue a utilização de eritropoetina e reposição de ferro. No tocante à terapia de reposição hormonal, o custo benefício é contraditório, quando comparado ao risco cardio e cerebrovascular, bem como a contraindicação em mulheres com hepatopatia ativa. 

Vale frisar a possibilidade da utilização de DIU de levonorgestrel, estrogênios intravenosos em determinadas situações e a histerectomia para mulheres pós menopáusicas com sangramento uterino anormal, sendo uma alternativa muito utilizada.



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